quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mestrado ou MBA fazem a diferença?

Como hoje em dias as políticas de ensino variam muito entre as empresas, existe uma questão muito discutida entre os diretores de recursos humanos em relação as diferenciações dos funcionários que possuem um mestrado ou MBA.

Algumas empresas acreditam que o mestrado e MBA não fazem diferença na hora de se contratar um funcionários, outras defendem o contrário, mas acreditam que esse ensino deve ser responsabilidade de cada um, não tendo a empresa que arcar com nenhuma dessas despesas.

Veja a opinião de cinco diretores de Recursos Humanos sobre o assunto:

“Eu acredito que todo processo de aprendizado torna uma pessoa melhor. Não necessariamente tem de ser um MBA ou um mestrado, mas tem a ver com o propósito do profissional. Tem gente que acha que o curso é só um meio de conseguir promoção ou aumento de salário — e não tem valor algum. O valor está em como pôr isso na prática, em aplicar o que foi aprendido. Viagem, leitura, MBA, toda essa gama de conhecimentos, se o funcionário está aberto ao aprendizado, tem valor enorme. Quando faz um curso fora da empresa, o colaborador troca experiência com gente de outras instituições. Ele sabe o que está acontecendo na empresa A, B ou C, escapa do comodismo e das frases prontas — e ganha consistência profissional. Em resumo, o mais importante é a atitude: podemos ter uma pessoa cheia de títulos, mas que não é capaz de repassar o conteúdo, não transforma o ambiente onde está e não aproveita nada.”
ADRIANA TIEPPO
Diretora de RH da Boehringer

“Acredito que o mestrado forma o funcionário para a vida acadêmica e o MBA, para o mercado. O MBA sempre melhora a pessoa, amplia sua capacidade de busca, de análise, e dá uma visão endêmica, mas isso é difícil de mensurar. O indivíduo evolui e, se ele estiver comprometido com a organização, leva isso para dentro. Mas creio que o resultado é muito menor do que um programa formatado para a empresa. Posso pagar um MBA para o funcionário na FGV, na FIA, ou até no nosso instituto, mas esse curso não tem compromisso com o impacto no trabalho aqui dentro. Por isso, em breve, começaremos um curso montado de acordo com o perfil do funcionário que queremos para o hospital, com o perfil do indivíduo e com a área. É o que chamamos de mestrado profissional: ele vai garantir que o aluno volte para a empresa realmente diferente — ou seja, melhor. Um gestor vai acompanhar o trabalho e o aprendizado dele e a avaliação de desempenho amarrará tudo isso.”
FÁBIO PATRUS MUNDIM PENA
Superintendente de gestão de pessoas do Hospital Sírio-Libanês

“O MBA dá ao funcionário uma visão global de como as coisas acontecem e ele fica preparado para defender uma ideia perante a diretoria. No MBA, ele ainda desenvolve competência de relacionamento interpessoal, pois trabalha com pessoas de diversos locais e precisa respeitar as ideias de cada um; também aprende a trabalhar em grupo, absorvendo num momento o papel de líder e em outro o de participante. E isso ele traz para dentro da organização, onde também há pessoas diferentes e hora certa para se pronunciar. A Otis tem um programa para pagar integralmente faculdade, pós-graduação ou MBA que qualquer funcionário queira fazer — e o curso nem precisa estar ligado ao seu trabalho. Isso porque nós queremos ter uma força de trabalho bem formada. Incentivamos os mecânicos, muitos só com o Ensino Médio, e isso faz diferença para a carreira deles e para o negócio, pois eles sentem que têm um compromisso com a empresa, e acabam usando o que aprendem lá fora no dia a dia do trabalho. Por isso, investimos 3 milhões de reais só nesse benefício e este ano temos 350 funcionários participando do programa. Por fim, isso também ajuda a reter e a atrair o funcionário — nosso turnover é de 2,15%.”
LUCILENE R. SCURATO
Diretora de RH da Elevadores Otis

“Eu acredito que graduação ou pós-graduação amplia a visão do funcionário sobre um negócio. A pessoa que escolhe o mestrado se interessa por dar aula, ou por fazer uma pesquisa mais aprofundada, por exemplo. Já o MBA é mais abrangente, serve para trocar experiência com os outros profissionais, ampliar a visão e trazer novas ideias para o negócio. No Carrefour, quando fazemos um curso interno, percebemos maior integração entre os funcionários, porque eles observam a realidade de diversas áreas: o funcionário do financeiro discute com o de operações, que discute com o de marketing. Temos um comitê que avalia a performance dos profissionais e comprova que as pessoas que investem na preparação acadêmica acabam tendo um desempenho melhor do que as outras.”
MARIA CAROLINA BRASIL BORGHESI
Diretora de RH do Carrefour

“Eu penso que o mestrado e o MBA dão margem para o funcionário navegar e desenvolver-se por outras áreas, obtendo conhecimento variado. Quando o funcionário está numa determinada área, num determinado local, seu conhecimento fica restrito àquele meio. Então, o curso acadêmico permite que ele conheça outras competências. O profissional de RH, por exemplo, aprende algo de finanças, produção e logística, e isso consequentemente amplia seu conhecimento. E daí, quando uma dessas áreas for citada, ele consegue conversar sobre o assunto, ilustrar com práticas efetivadas de determinada empresa, ou de modelos construídos dentro dos cursos. Via de regra, as pessoas fazem o trabalho de conclusão de curso ligado à sua atuação, mas na minha cabeça elas não precisariam fazer isso. Eu vou na linha do ampliar conhecimento, promover conhecimento diferente.”
ROBERTO TONIOLI
Diretor de RH da Klabin

O texto “Você acredita que um mestrado ou MBA torna um funcionário melhor?” escrito por Tatiana Sendim, que pode ser encontrado na integra e com as opiniões descritas acima no link: http://revistavocerh.abril.com.br/noticia/rhfala/conteudo_583217.shtml

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